
O que o público costuma comentar? Cláudia – Ouço muitas brincadeiras e elogios. Fico feliz porque acho que nenhuma novela que eu fiz tinha essa identificação popular tão forte. A ponto das pessoas saberem frases e coisas da personagem e repetirem o tempo todo. A Favorita, por exemplo, foi um sucesso estrondoso, mas era diferente. Ti-Ti-Ti é uma comédia e isso também ajuda a aproximar os telespectadores da gente.
Você disse que o público repete algumas coisas nas ruas. Você se inspirou em alguém na hora de criar o jeito de falar da Jaqueline? Cláudia – Sim, e acho muito inusitado dizer isso. Na verdade, eu me inspirei na minha própria filha, a Sophia. Eu imito um pouco o jeitinho dela porque acho que é engraçado.
O humor mudou muito nos últimos anos. É mais difícil fazer rir hoje? Cláudia – Eu acho bem mais complicado. Perdemos um pouco a liberdade do lúdico, do sonho, a licença poética mesmo. Acaba ficando tudo muito limitado. A gente não pode pegar uma bebida, fazer uma bêbada, aparecer fumando. Tudo bem, é importante saber dosar, até porque sabemos que existem crianças assistindo. Mas acho que certas situações poderiam e deveriam ser repensadas. Acho que isso ajuda a afastar as pessoas da televisão em geral. Ajuda a diminuir a audiência.
Audiência é uma preocupação para vocês? Cláudia – Antes, aqui na Globo, a gente tinha o Boni. Ele dizia: “Vocês fazem o artístico. Do Ibope, cuido eu”. Era ele quem tinha de saber como lançar uma novela. E se não desse certo, como relançá-la. Havia um desespero na emissora até pouco tempo atrás, em relação a isso. Quando não dava certo na primeira semana, faziam um grupo de discussão. O público nem sabia direito a função dos personagens nas tramas e ainda estava de luto da outra novela. Sim, porque existe um luto. Seja para não virar refém ou por rejeitar mesmo o término da anterior. É como marido novo com os filhos: você vai se acostumando com aquilo aos poucos. Essa adaptação, em algum momento aqui na Globo, ficou histérica. Mas de dois anos para cá, se acalmou.

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