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domingo, 2 de maio de 2010

histórias da Raia! uma loucura kkkkkkkk

» Já correu de collant e meia pela rua
'' Estava excursionando pelo Brasil, em 1993, com o espetáculo Nas Raias da Loucura. Numa das cidades, os caras que montavam o cenário cheiravam mal. Eu fazia aula de balé no local, mas por causa do cheiro preferi ficar na coxia, com uma toalha enrolada no pescoço. De repente a toalha caiu e, quando a peguei, veio uma pequena cobra junto. Joguei tudo para o teto e saí correndo de meia e collant pela rua. Aquele cheiro, a cobra, tudo me tirou do sério. Em desespero eu gritava: ‘Polícia, socorro’. As pessoas que estavam no local me reconheceram e corriam atrás de mim dizendo: ‘Me dá um autógrafo’. Surreal! Quando voltei à lucidez, disse que não entraria mais no teatro. Ele foi dedetizado, mas não encontraram a cobra. Não me apresentei no dia marcado, só no dia seguinte. Mesmo assim fiz o espetáculo pisando em toalhas espalhadas pelo chão com medo de encontrar a tal cobra. / Claudia Raia

» Comemorou 10 anos sem fumar
'' Dizem que é só depois de dez anos de abstinência que uma pessoa pode se considerar livre de um vício. Em 7 de junho passado, fiz um bolo, escrevi meu nome em cima e comemorei dez anos sem pôr um cigarro na boca. Comecei a fumar aos 12, por inveja da minha irmã (Olenka Raia), que fumava. Tinha um porão na academia de ginástica da minha mãe, em Campinas, onde ficavam guardadas peças de roupa. Eu ia lá todo dia, me vestia de diferentes maneiras e fumava na frente do espelho. Um dia minha mãe apareceu e amassei o cigarro com a mão. Cheguei a fumar dois maços e meio por dia. Percebia minha respiração ofegante. Nessa época, não conseguia tomar banho sem dar uma tragada debaixo do chuveiro. Precisava, às vezes, de bombinha de oxigênio para respirar melhor. Um dia sonhei que sofria de enfisema pulmonar e decidi parar. Procurei um acupunturista e, em uma semana, deixei o cigarro. / Claudia Raia

» Sofreu queimadura de 2º grau no rosto
'' Na nossa casa, em Campinas, trabalhava a cozinheira Maria, a nossa mãe preta. Ela era gorda, hilária e tinha um jeito especial de fritar bife. Maria lotava a frigideira de óleo quente, deixava o bife escorregar e logo tudo estava pronto. Eu achava lindo. Um belo dia, ela se distraiu e eu, rápida e arisca, joguei o bife no óleo. O óleo espirrou no meu rosto. Por pouco não fico cega aos 11 anos. Tive queimaduras de segundo grau, fui para o hospital, mas não queria ficar lá. No dia, ia acontecer um desfile na academia da minha mãe. Implorava para arrumarem uma máscara com purpurina para cobrir os ferimentos e poder participar do desfile. Mas acabei ficando três dias no hospital. Por sorte, não tenho marcas no rosto, mesmo com essa pele branquinha. / Claudia Raia

» Já torceu 11 vezes o tornozelo
'' A rotina de uma bailarina é muito desgastante para as articulações. Torci sete vezes o tornozelo do pé direito e quatro, o do esquerdo. Operei também o joelho esquerdo, há sete anos, por conta de um desgaste na patela. Antes de encarar a cirurgia, fiquei um ano e meio em cartaz com a peça Não Fuja da Raia. Fazia fisioterapia antes e dançava com uma bandagem em volta do joelho para suportar o esforço. No dia da operação, gravei minha última cena da minissérie Engraçadinha. Eu tinha que cair de joelhos. Por isso, um acolchoado foi colocado no chão. Depois da cena, corri para operar o joelho. Fiquei 29 dias parada. / Claudia Raia

» Foi dançarina de samba nos Estados Unidos
'' Dos 13 aos 14 anos morei em Nova York. Ganhei uma bolsa de estudos de dança. Na época, uma bailarina amiga minha conseguiu um emprego para eu dançar samba na Cachaça, uma casa noturna. Durante seis meses, essa foi minha ocupação. Ganhava US$ 100 por semana. Antes, tentei a sorte numa lanchonete. Comecei preparando lanches, mas, como sou desastrada para trabalhos manuais, no segundo dia cortei o dedão da mão direita. Virei garçonete. Foi pior ainda. Não entendia inglês e trocava os pedidos. Em um mês fui dispensada. / Claudia Raia



» Detesta que riam dela
''É uma contradição. Sou comediante, mas detesto que riam de mim. Geralmente, são os amigos que me provocam. O Enzo é igual. Quando eu tinha seis anos, minha mãe deu uma lata de creme de leite para a Olenka abrir. Ela me mandou sacudi-la e abrir depois. E disse: ‘Quando o creme parar de fazer barulho você abre’. Lógico que isso não aconteceu e a Olenka caiu na gargalhada ao me ver sacudindo como uma tonta. Fiquei com raiva a atirei a lata na cabeça dela, que tomou cinco pontos. Quando vi o resultado, me escondi debaixo da cama. Fiquei lá mais de 20 horas. No quarto havia uma janela enorme que dava para a rua. Por ali eu pedia comida – balas, salgadinhos – para quem passava. Claro que, quando dava, eu corria para o banheiro e fazia xixi. Até que minha mãe me achou, mas não me bateu. Aliás, ela nunca me deu uma surra. / Claudia Raia

» Não gosta de gatos
''Aos dez anos recebi pela primeira vez uma mesada da minha mãe. Com o dinheiro, comprei uma malha de balé lilás. Era meu sonho. No mesmo dia vesti a roupa e fui para a casa de um tio. Chegando lá, o gato se jogou em cima de mim e desfiou a malha inteira. Fiquei estática, com cara de tacho. Desde então, passei a ter horror de gato. Não chamo, não passo a mão, não brinco. Faço o que a maioria das pessoas não consegue fazer: ignoro. / Claudia Raia

» Foi interrogada numa delegacia na Argentina
'' Com 15 anos participava do musical Sextante no teatro El Nacional, em Buenos Aires. Estava lá de férias com minha avó, fiz um teste para o musical e passei como primeira bailarina. Fiquei na Argentina um ano. Naquela época de ditadura, o país guerreava com a Inglaterra pelas Malvinas. Lá, existia um procedimento chamado averiguação de antecedentes. Funcionava assim: a polícia parava e levava para um interrogatório na delegacia qualquer um que ela desconfiava ser homossexual. Um dia, passeava com vários gays e fui pega. Na delegacia, queriam que eu delatasse meus amigos. Não cooperei. Por ser menor, não encostaram a mão em mim. Fui solta graças a minha mãe que, por sorte, estava na Argentina. Ao sair, fui atrás de uma vedete conhecida por lá para ajudar a soltar meus amigos. Assim que fui liberada, soube que o teatro pegou fogo. Não sabia se corria para o El Nacional ou procurava ajuda. No final, meus amigos foram soltos, mas apanharam um bocado da polícia. / Claudia Raia

» Ganhou de Celulari um anel de brilhantes, escondido numa musse de chocolate
'' Eu e o Edson somos muito românticos. No Dia dos Pais, como não pude estar com ele, espalhei presentes pela casa toda, com cartões escritos por mim, pelo Enzo e até pelo nosso cachorro. Para uma relação vingar, o casal tem de surpreender e ser surpreendido sempre. Nunca esqueço da maior surpresa que o Edson me fez. Era aniversário de namoro. No dia, eu trabalhava na Bahia e ele, em Recife. Nos encontramos num restaurante baiano à noite para jantar. Dei ao Edson um relógio e fiquei muito chateada porque ele não lembrou da data. Dou muito valor às datas comemorativas. Ele pedia desculpas, dizia que o dia tinha sido corrido, coisa e tal. Bem, terminamos de jantar e o Edson perguntou o que eu queria de sobremesa. Pedi uma musse de chocolate e fui ao banheiro. Na volta, ao experimentar a musse, senti um negócio esquisito na boca. Aí vi um anel de diamantes enrolado num filme plástico. O Edson tinha armado aquilo tudo, não tinha esquecido da data e, ao ver minha felicidade, disse: ‘Esse foi o sorriso de chocolate mais lindo que vi na vida’. / Claudia Raia

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