Os anos estão fazendo bem a Alexandre Borges. Em todos os sentidos. Aos 44 anos, o ator exibe uma ótima forma e está ainda mais charmoso
Os anos estão fazendo bem a Alexandre Borges. Em todos os sentidos. Aos 44 anos, o ator exibe uma ótima forma e está ainda mais charmoso. Sua técnica de interpretação também veio se aperfeiçoando, ao longo dos 15 anos de carreira na TV. Em Ti-Ti-Ti, novela das sete da Globo/TV Bahia, no papel do estilista cafajeste Jaques Leclair, ele tem dado um show de atuação e humor, ao lado de Claudia Raia e Murilo Benício.
Em entrevista ao CORREIO, o ator afirma que o papel é um desafio. “Está sendo uma aventura viver Jacques Leclair. Ele vem abrindo caminhos novos para mim e a possibilidade de sair da zona de conforto, em termos de atuação, de composição de voz, de entonação. É um desafio diário”, conta. Para ele, o sucesso de Leclair e da novela são fruto de um trabalho em equipe. “A direção de Jorge Fernando é muito divertida, com marcações surpreendentes, o que faz que o personagem flua naturalmente. E o texto da Maria Adelaide Amaral, que resgata um mestre da teledramaturgia (Cassiano Gabus Mendes), é maravilhoso. Ela está acertando no tom da comédia, muito importante para o horário”, ressalta.
Alexandre Borges também vem acertando no tom do personagem, um estilista que usa e abusa dos trejeitos femininos para conquistar as mulheres. O que pode parecer uma contradição, tem uma explicação. “O Jacques não é gay, mas tem uma coisa feminina que vem do deslumbramento e da alegria de ser estilista. Também vem do fato de ele amar as mulheres”, define o ator, que afirma ter incorporado esse lado gay depois de conversar com estilistas. “Eles me diziam que quanto mais afetado o estilista for, mais as mulheres ficam à vontade. E o Jacques quer que suas clientes fiquem à vontade, até para ele poder seduzi-las”, entrega, aos risos. O lencinho no pescoço também foi incorporado e virou uma marca registrada do personagem. A ideia veio do próprio ator, fã do desenho Speed Racer - que também tem um lenço no pescoço.
PARCERIAS: A estratégia de Leclair, que na verdade se chama André Spina, sempre dá certo. Não tem uma mulher que passe ilesa por seu ateliê. Jaqueline, papel de Claudia Raia, é quem não gosta nada disso. A namorada do estilista bem que tenta levar o moço para o altar, sem sucesso. Segundo Alexandre, se depender de Jacques, ela vai continuar tentando. “Tudo indica que eles não vão se casar. Ainda mais agora, que ele vai se envolver com a Clotilde (Jualiana Alves). O Jacques não é de casar. Ele é viúvo, conhece a vida... é um tipo de homem que gosta de uma coisa mais livre”.
Esta é a sexta vez que Alexandre Borges e Claudia Raia atuam juntos. Anteriormente, eles estiveram em Belíssima (2005), O Beijo do Vampiro (2003), As Filhas da Mãe (2001), no seriado Mulher (1999) e na minissérie Engraçadinha, Seus Amores e Seus Pecados (1995). A afinidade é visível. “O legal é que não é uma sequência de trabalhos, dá pra dar um respiro na parceria”, alerta ele, que cobre a colega de elogios: “A Claudia é uma atriz muito particular, que traz uma coisa de dança, meio vedete. Ela se entrega muito e temum senso de humor bastante apurado. Por isso dá sempre certo”.
E, se a parceria com Claudia Raia é de longa data, com Murilo Benício é a primeira vez que Alexandre Borges contracena. A química também tem se revelado forte. Que fique bemclaro que as cenas de rivalidade entre Jacques Leclair e Ariclenes/Victor Valentim, interpretados por Benício, se limitam à ficção. Fora da novela, os dois têm um ótimo relacionamento. “Não é raro isso de uma rixa em cena contaminar os bastidores, mas com a gente isso não acontece. Temos uma admiração mútua e uma afinidade pessoal muito grande”, destaca ele e completa: “Murilo é um cara super competente como ator. Ele batalha muito, é dedicado. Isso já gera de cara uma admiração. O convívio com ele é de uma tranquilidade...”, revela.
HUMOR: Após uma sequência de personagens sérios, agora Alexandre Borges comemora por estar em um papel que carrega uma comicidade escancarada - bem diferente de Raul Cadore, de Caminho das Índias (2009), seu último personagem. “É legal mudar de gênero. Mas, na verdade, eu sou um ator cômico que de repente começou a fazer coisas dramáticas. Até pouco tempo, as pessoas se lembravam de Danilo (de Laços de Família, novela de Manoel Carlos), que tinha esse lado engraçado também. O Raul que realmente exigiu
esse peso dramático maior”.
Nas ruas, Alexandre colhe os louros por ter se rendido ao humor. “As pessoas vêm falar que estão se divertindo muito. Tem gente que diz: ‘Quero fazer um vestido com o Jacques Leclair’ (risos) . As crianças também curtem bastante”, observa ele, que, bem diferente do seu personagem mulherengo, é um exemplo de homem de família. Casado com a também atriz Júlia Lemmertz - que volta às novelas em Araguaia, próxima trama das seis -, Alexandre faz questão de manter sua vida familiar da forma mais saudável possível. “É muito importante para mim ter um tempo com o meu filho (Miguel, de 10 anos), jogar futebol com ele, ir às reuniões escolares, sair para namorar com a minha mulher, pegar um cineminha...”, finaliza, com uma deliciosa serenidade.
ELA NÃO RESISTE!
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